Na história de hoje, a Agência Sebrae de Notícias vai contar a trajetória de Mariza Santos, empreendedora que iniciou como microempreendedora individual (MEI) e que, graças a segurança e benefícios dados por essa alternativa de ingresso na atividade empresarial, conseguiu crescer no setor. “O pirulito me levou para lugares que eu nunca imaginei”, comemora a empreendedora, ao contar sua trajetória de sucesso na confeitaria, iniciada em 2017 como MEI, legislação que completou 15 anos de existência no último dia 1º de julho.
Ela começou vendendo bolo em fatias no seu condomínio em Brasília (DF), em busca de uma renda extra, e logo viu que tinha futuro. “Em 2017, fui aprovada no concurso da Caixa, mas a convocação não veio. Foi muito frustrante, então comecei a fazer bolos e vi que tinha potencial de negócio, porque eu não tinha técnica, mas vendia bem mesmo assim”, diz.
Desde as primeiras vendas, Mariza abriu seu CNPJ como microempreendedora individual (MEI), porque sabia da importância da formalização.
Pegar pedidos grandes exige nota fiscal, sem contar que o MEI garante aposentadoria. Fiquei quase dois meses de repouso depois de uma cirurgia bem invasiva que fiz e, nesse tempo, recebi pelo INSS, porque eu tinha o MEI.
Mariza Santos, empreendedora
De MEI para ME
Segundo Mariza, ela ‘fazia seus produtos como se fosse para suas crianças’, mas com a resposta positiva dos clientes, resolveu estudar e se especializar em bolos e doces – daí, a chamar atenção das decoradoras de Brasília, foi um pulo. “Com as redes sociais, elas começaram a chegar até mim e uma me pediu um pirulito diferente: era um caramelo bem claro, mas não chegava a ser transparente. Eu me encantei, porque era muito diferente e fui tentar buscar conhecimento sobre aquele produto. O ano era 2017 e não achei nada na internet sobre, então comecei a pesquisar.”
A empreendedora relembra que sua cozinha se transformou num laboratório de testes.
Virou alquimia mesmo. Fui estudando a estrutura, a temperatura, quais produtos eram ideais para desenvolver a transparência. Toda técnica para colocar o palito de acrílico sem escurecer o caramelo; a imagem também, para que ela não ficasse torta. Foram 12 meses estudando: eu dividia meu tempo entre os testes e as encomendas de doces e bolos.
Mariza Santos, empreendedora
Mariza conta com orgulho do produto diferenciado e inovador que produz. “No início, usava somente confeitos que tinha no mercado para o pirulito de chocalho. Mas, depois que abrimos a loja física, eu trouxe essa personalização do pirulito. Hoje, desenvolvo todo o projeto para decorar. Os confeitos são feitos em pasta americana. É tudo bem artesanal e personalizado, exclusivamente para cada cliente”, garante.
Ela diz que os preços unitários variam de R$ 7,50 a R$ 18,00 e a média de produção fica entre 100 e 150 pirulitos por dia. Além das encomendas, que precisam ser feitas com pelo menos 10 dias de antecedência para pedidos locais e entre 20 e 30 dias para o envio a outras cidades, a empreendedora vende também a pronta entrega desde 2022, em uma loja localizada na Asa Sul.
Quando decidimos abrir o ponto físico, sabíamos que era um passo para dar certo. Não queríamos recuar. Então, antes mesmo de abrir, buscamos o Sebrae para nos ajudar em tudo.
Mariza Santos, empreendedora
Ela elenca que teve auxílio da equipe técnica para aprender a manipular corretamente alimentos, precificar o produto, organizar as finanças, fazer gestão de pessoas etc. “O Sebrae auxiliou e ainda auxilia muito a gente.”
Mariza deixou de ser MEI para se tornar microempresa (ME) no final de 2023, porque alcançou o teto de faturamento (R$ 81 mil/ano), mas agora o objetivo é aumentar o quadro de funcionários.
Precisamos de mais braços para aumentar a produção. Capacidade a gente tem e demanda reprimida também. Tem cliente que não estamos conseguindo atender.
Mariza Santos, empreendedora
Aprender e ensinar
Além de pegar encomendas para festas de aniversário infantil, 15 anos, casamentos e lembrancinhas para maternidade, Mariza ensina sua técnica a outras mulheres desde o fim de 2018. “O pirulito me levou para lugares que eu nunca imaginei. É o reconhecimento daquele trabalho que começou lá na cozinha da minha casa. Já participei de programas ao vivo, viajei dando aula e foi ensinando que a gente começou a fazer uma rede”, conta.
Atualmente, a confeiteira tem um curso on-line e ensina outras mulheres também a gerarem renda, trabalhando em casa.
Mulheres que não tinham perspectiva nenhuma também viram no pirulito uma oportunidade e hoje vivem disso. É muito gratificante. Aquilo que descobri na cozinha da minha casa transforma a vida de muitas mulheres.
Mariza Santos, empreendedora
Jornada MEI
Quer começar a empreender? Já tem um negócio? Ou precisa organizar sua empresa? O Sebrae criou as jornadas MEI com uma série de informações que vão apontar os caminhos para melhorar vários aspectos do seu dia a dia empresarial.