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AgroNordeste: Pequenos produtores rurais ampliam participação nas compras públicas

Alimentos produzidos principalmente pela agricultura familiar garantem a merenda escolar e alimentação de qualidade para pessoas em situações de vulnerabilidade social
Por Redação
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Os produtores rurais, atendidos no âmbito do Programa AgroNordeste, têm ampliado sua participação em compras públicas. Com apoio do Sebrae, eles recebem capacitações e orientações para se tornarem fornecedores de governos locais. Os alimentos produzidos principalmente pela agricultura familiar e empreendedores rurais de pequenas propriedades têm contribuído para garantir a merenda escolar, bem como o fornecimento de cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A coordenadora do Agronegócio do Sebrae Nacional, Newman Costa, explica que as ações do AgroNordeste, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), promovem o desenvolvimento regional, a partir de assistência e capacitações voltadas para ajudar os produtores rurais a se posicionarem de forma mais competitiva no mercado, inclusive nas compras públicas.

Ela destaca que o Sebrae é um dos grandes incentivadores para que eles acessem iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), entre outros. “Um dos grandes gargalos é o acesso a mercados, e as compras públicas suprem essa necessidade de forma fácil, permitindo que os produtores atendam às demandas das prefeituras que não exigem grandes produções. Ao mesmo tempo, eles acessam programas do governo que beneficiam a agricultura familiar”, destaca.

Merenda escolar garantida

Em Picos, município localizado na região do Semiárido do Piauí, a Associação de pequenos produtores, do povoado da Chapada do Mocambo, com 50% da sua composição feita por mulheres produtoras, tem comercializado boa parte da produção de frutas, verduras e hortaliças por meio das compras governamentais. Somente neste ano, até o momento, foram quase 16 mil kg de alimentos que foram destinados à merenda escolar, no valor de R$ 40 mil.

A gestora do Sebrae Piauí na região, Maria das Mercês Leal Dias, conta que a Associação aumentou a produção de fruticultura para atender a demanda das compras públicas. Segundo ela, a expectativa é que até o final do ano, as vendas para o governo alcancem R$ 92 mil.

“Nós preparamos os produtores para que eles aproveitem as oportunidades neste mercado que traz muitos benefícios. Eles passam a ter uma regularidade na produção e conseguem fazer um melhor planejamento, além de ter uma garantia do pagamento, o que possibilita fazer investimentos no negócio”, ressalta.

A produção de carne da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos e Caldeirão Grande do Piauí (ACOCAP) também têm alimentado estudantes da rede pública de ensino. No ano passado, os 46 produtores associados venderam 10 mil kg para o município, gerando R$ 220 mil de lucratividade para o negócio. “São volume de recursos que fazem uma grande diferença na vida desses produtores que vivem nessas localidades que, na maioria dos casos, não passam de 15 mil habitantes”, frisou Maria das Mercês.

Círculo virtuoso de desenvolvimento

Na Paraíba, os municípios de Monteiro, Prata, Cabeceiras e Boqueirão calculam em R$ 1,6 milhão o valor dos alimentos destinados a atender o PNAE e PAA, sendo grande parte em hortaliças. Somente neste ano, os produtores do município de Monteiro, referência em agroecologia no estado, devem comercializar quase R$ 800 mil por meio de programas tanto em nível municipal quanto estadual.

O consultor do Sebrae Paraíba Renato Albuquerque conta que, a partir do acompanhamento feito no AgroNordeste, foi possível identificar as principais dificuldades dos produtores rurais e orientá-los sobre como participar das licitações, de acordo com as especificações das chamadas públicas. Ele destaca que no município de Monteiro 86% dos recursos financeiros previstos para a compra de alimentos para merenda escolar foram destinados à agricultura familiar da região. “Essas compras públicas são um grande diferencial na vida dessas famílias. Os alunos recebem alimento de qualidade, a família agricultora se sente valorizada e incluída, por meio da sua produção, e por fim, a economia local se fortalece com a circulação de dinheiro nessas cidades” ressalta.

Visão de mercado

No Rio Grande do Norte, os empreendedores rurais também são preparados para aproveitar as oportunidades de mercado. Com um circuito de capacitações por todo o estado, são oferecidas oficinas para melhorar a gestão, ampliação de vendas e a adoção de práticas sustentáveis por parte dos produtores potiguares.

O gestor do AgroNordeste e analista técnico da Unidade de Desenvolvimento Rural do Sebrae RN, Elton Alves, considera que, muitas vezes, o produtor entende seu processo produtivo, mas carece de conhecimento do ponto de vista de mercado. “Será importante para que aprendam a agregar valor ao seu produto e se posicionar de maneira mais competitiva”, comentou.

Ganhos de produtividade

Em Sergipe, criadores de camarão dos municípios de Indiaroba, Nossa Senhora do Socorro, Brejo Grande e São Cristóvão, participam de projeto para fortalecer a cadeia da carcinicultura com foco no aumento da produtividade e da melhoria do processo de gestão. No estado, o camarão também tem potencial para integrar a merenda escolar da rede pública de ensino, por meio das compras governamentais.

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