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Queijo do Marajó ganha registro de Indicação Geográfica

Trabalho do Sebrae junto aos produtores teve início em 2012, quando foi realizado um diagnóstico de potencialidade da implementação de um processo de Indicação Geográfica para produto
Por Redação
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O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI concedeu o pedido de registro de Indicação Geográfica para o queijo do Marajó, por meio da RPI 2620, de 23/03/2021. Com isso, o produto fabricado em sete municípios marajoaras terá reconhecimento no mercado pela sua procedência e pela tradição regional da ilha, não podendo seu nome ser usado por outros produtores.  

“A concessão da Indicação de Procedência significa, na prática, a valorização da atividade tradicional na Ilha do Marajó, protegendo e abrindo mercado para uma atividade existente há mais de 250 anos”, explica o gerente do Sebrae na região dos campos marajoaras, Roger Maia.

O registro é uma ferramenta para a melhoria da vida dos produtores de leite e de queijo do Marajó e para o desenvolvimento socioeconômico da área geográfica, pois estimula investimentos na própria zona de produção e aumenta a participação do produtor no ciclo de comercialização dos produtos, além de contribuir para a preservação das características e da tipicidade dos produtos.

A IG permite delimitar uma área geográfica. Nesse caso, restringe o uso do nome ‘Queijo do Marajó’ aos produtores de Chaves, Cachoeira do Arari, Muaná, Ponta de Pedras, Santa Cruz do Arari, Salvaterra e Soure, que estão na região dos campos marajoaras. Agora, é aguardar o prazo protocolar de 60 dias para a emissão oficial da IG.

“Verificamos uma escalada muito importante desde 2011, com o seu reconhecimento como produto artesanal. Depois disso, conquistamos, em 2013, a certificação do Queijo do Marajó; o selo Arte, em 2020; e, agora, mais essa vitória. Isso tudo é um grande sonho se materializando”, ressalta a presidente da Associação de Produtores de Leite e Queijo do Marajó, Gabriela Gouvêa.

Gabriela lembra que os produtores passaram por grandes marcos na trajetória do queijo do Marajó, “como a introdução do búfalo na produção e o uso da desnatadeira”.

Histórico

O trabalho do Sebrae junto aos produtores iniciou em 2012, quando foi realizado um diagnóstico de potencialidade da implementação de um processo de Indicação Geográfica para o queijo do Marajó, que apontou a viabilidade para a Indicação de Procedência, mediante ações desenvolvidas em cinco eixos de atuação.

“Após isso, trabalhamos os eixos e obtivemos mais essa excelente notícia para a cadeia produtiva da bubalinocultura marajoara”, comenta o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno. Para ele, “é importante acompanhar os produtores de leite e de queijo da ilha no processo de legalização, qualificação, valorização e comercialização”.

Além do Sebrae, as entidades envolvidas no trabalho que culminou com essa concessão são o Senar, Sedap, Adepará, Mapa, Ufra, UFPa, Uepa e Faepa.

O primeiro produto paraense a receber o selo da IG foi o cacau de Tomé-Açu , em 2019.