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Oportunidades de negócios para startups marcam Case & Startup Summit 2020

No terceiro dia do evento, participantes conheceram as possibilidades de parcerias com grandes empresas, como a Mercedes-Benz, e tiveram a chance de saber como a startup Liv Up aproveitou a crise para se expandir
Por Redação
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Mesmo diante de uma crise sem precedentes, o mercado de startups continua apresentando oportunidades de negócios com resultados positivos. No terceiro dia do Case & Startup Summit 2020, que acontece de forma online e gratuita até sexta-feira (23), os participantes do evento tiveram a oportunidade de conhecer as experiências da Mercedes-Benz, que, durante a pandemia, lançou um showroom virtual em parceria com a startup Mobiauto. Durante o painel “Desafios de mercado que demandam startups”, o gerente de projetos comerciais, Mauro Vieira e a gerente de planejamento de TI, Cristiane Bulchi, contaram como começou essa aproximação de uma empresa tradicional do segmento automobilístico com os ecossistemas de inovação. O evento também convidou o cofundador e CEO da Liv Up, Victor Santos, para contar como a startup de alimentação saudável conseguiu aproveitar o momento de crise para desenvolver novos serviços e expandir os negócios.

De acordo com os representantes da Mercedes-Benz no Brasil, com o apoio de startups, grandes empresas tradicionais têm buscado inovar em seus modelos de negócios para atender às exigências do mercado cada vez mais digital e conectado. Segundo Mauro e Cristiane, a empresa percebeu a necessidade de conectar todos os elos da cadeia de transporte, mas também de gerar soluções para o cliente final. “Percebemos que precisávamos inovar. Para navegar neste mundo tecnológico, nós precisaríamos de agilidade e velocidade para entregar soluções que realmente gerassem valor para os nossos clientes”, declarou o gerente de projetos comerciais. Eles acreditam que as parcerias têm trazido resultados, não só na entrega de soluções para a indústria 4.0, mas também na troca de experiências, melhorando igualmente os processos internos em diversos departamentos e áreas onde a empresa atua.

Confira abaixo algumas dicas dos representantes da Mercedes-Benz durante o evento:

1. O primeiro passo é deixar bem definido o escopo do projeto, deixando bem claro quais são as expectativas da empresa e da startup nesta aproximação. É preciso delimitar muito bem o objetivo final dessa parceria para que não haja perda de tempo para os dois lados.

2. Tenham consciência de onde a sua startup entrega valor, principalmente quando estiver lidando com uma empresa tradicional, para que você seja capaz de definir se a empresa busca aquele valor que você entrega ou se você é capaz de ir além, com outras soluções.

3. O modelo de remuneração da startup deve ser muito claro, de acordo com as responsabilidades dela, seja criando um novo modelo de negócio para a empresa ou pivotando alguma área. Dessa forma, os departamentos jurídicos e de compras das empresas devem estar preparados para contratar o serviço de acordo com a realidade de empresas do segmento de inovação.

Crescimento na pandemia

Pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Finep, em junho deste ano, mostrou que empresas essencialmente inovadoras, como as startups, enfrentaram melhor a crise causada pela pandemia do que os pequenos negócios convencionais. Foi o caso da Liv Up, startup de alimentação saudável, que atualmente está em plena expansão dos negócios, inclusive com contratação aberta para novos funcionários em modo home office.

Durante o painel “Crescimento na crise: aprendizados da Liv Up”, o cofundador e CEO da empresa, Victor Santos, participou de uma conversa com a gerente de Business Growth da Endeavour, Maria Fernanda Musa.

Confira abaixo os principais trechos:

Maria Fernanda: Como foi que vocês conseguiram abraçar as oportunidades mesmo com a crise?

Victor Santos: Um ponto importante é que trabalhamos com um canal digital 100% próprio para os novos produtos e serviços, onde as pessoas fazem pedidos pelo nosso site ou pelo nosso app. Então, na linguagem das startups, o nosso Product Market Fit foi turbinado com a pandemia. Foi um desafio muito intenso, principalmente no início da pandemia, quando nossa demanda ficou duas vezes e meia maior. Tivemos que montar uma operação de guerra para dar conta de atender com qualidade, manter a segurança dos nossos colaboradores e atuar com muita responsabilidade. Em três semanas, conseguimos aumentar nossa produção em mais de 50%.

MF: Quais foram as mudanças ou adaptações de gestão que vocês fizeram para lidar com o crescimento neste novo modelo?

VS: Acredito que de alguma forma tudo mudou, não só no trabalho remoto, mas principalmente na intensidade da comunicação dentro da equipe. Então, nossas reuniões, que eram semanais, passaram a ser realizadas com calls diárias. Montamos grupos de trabalho com temas específicos. A pandemia trouxe uma necessidade real de uma conexão mais intensa dos nossos times. Alguns projetos saíram do papel em dias e tivemos que fazer escolhas rápidas, o que foi importante para nós revisitarmos a forma como nos organizamos e trocamos informação. O trabalho remoto realmente quebrou um mega paradigma.

MF: Conte um pouco qual foi o seu papel como CEO dentro desse contexto de pandemia?

VS: No começo, a minha primeira atitude foi identificar que a produção era o coração para nossa sobrevivência. Eu e o Henrique passamos a ir todos os dias para a cozinha central porque era lá que poderíamos entender os sentimentos dos nossos colaboradores e entender como os nossos processos estavam desenhados. Depois disso, buscamos gerar mais valor para o nosso cliente com parcerias estratégicas e trouxemos a inovação, ao oferecer a cesta de orgânicos para os nossos clientes. Tudo isso foi possível porque o nosso time estava perto dos produtores parceiros e o meu papel foi ser um catalizador de boas iniciativas, sempre com foco no que era nossa prioridade no momento.