Com auditório lotado na Green Zone da COP30, em Belém (PA), o Sebrae apresentou nesta terça-feira (18), o projeto Carbono Social, iniciativa inédita que transforma práticas sustentáveis de pequenos produtores e comunidades tradicionais da Amazônia em créditos de carbono rastreáveis. O modelo propõe uma nova rota de desenvolvimento sustentável, unindo inclusão social, conservação da floresta e geração de renda.
O lançamento atraiu autoridades, instituições multilaterais, fundos de investimento e organizações ambientais interessadas em soluções que combinem transparência, impacto social e viabilidade econômica. Desenvolvido em parceria com a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a ReSeed e a Social Carbon, o projeto é apontado como uma das experiências brasileiras mais promissoras da COP30.
Com esse lançamento, o Sebrae reforça o protagonismo do Brasil na agenda climática e propõe uma abordagem que reconhece e remunera o papel das comunidades amazônicas na preservação ambiental.
Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae
“Queremos escalar o modelo e consolidar um novo paradigma de créditos de carbono com impacto social positivo.”, completa. Um dos destaques do projeto é a plataforma WebGIS de inteligência territorial, ferramenta digital baseada em geoprocessamento, que permite visualizar, integrar e analisar dados socioambientais, produtivos e de carbono em territórios amazônicos.
A tecnologia conecta produtores, projetos e compradores, fortalecendo o acesso a mercados, políticas públicas e financiamentos verdes. O Sebrae e a Ecam também anunciaram a intenção de escalar a iniciativa com o apoio de fundos climáticos internacionais e compradores de créditos de carbono social, reforçando o Brasil como liderança na transição para uma economia de baixo carbono.
De acordo com Fábio Rodrigues, diretor técnico da Ecam, “a combinação entre geotecnologia e saberes locais permite que os créditos sejam não só rastreáveis, mas também justos: quem protege a floresta passa a ter reconhecimento e remuneração diretos.” A declaração reforça a premissa do projeto de que tecnologia e conhecimento tradicional devem caminhar juntos para garantir transparência e benefícios às comunidades.
No lançamento, Pedro Cavalcante, analista de Serviços Ambientais do Sebrae, acrescentou que o Carbono Social inaugura uma frente estratégica na instituição ao integrar empreendedorismo rural, conservação ambiental e acesso a mercados climáticos. “O Carbono Social posiciona o Sebrae como articulador de soluções sustentáveis e fortalece o papel dos pequenos negócios e das comunidades tradicionais na economia verde”.

Como funciona o projeto
O piloto do Carbono Social foi iniciado em julho deste ano, em Santarém (PA), com 150 agricultores familiares em uma área de 15 mil hectares, dos quais 8,5 mil hectares estão sob manejo sustentável, sistemas agroflorestais e florestas conservadas. Trata-se de um modelo estruturado e replicável, com potencial de expansão para outros biomas brasileiros, respeitando as especificidades produtivas, culturais e ecológicas de cada território.
O Sebrae apoia esses produtores com capacitação técnica, mapeamento de cadeias produtivas e mecanismos para acesso direto à receita gerada pela venda de créditos de carbono, garantindo que parte dos recursos seja reinvestida nas próprias comunidades.
Durante a COP30, o Sebrae iniciou diálogo com potenciais parceiros internacionais, incluindo fundos de investimento climático, compradores corporativos e instituições multilaterais, interessados em financiar a expansão do projeto e fortalecer cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia. Com o Carbono Social, o Sebrae reforça seu papel como articulador de soluções de finanças verdes e de inclusão produtiva, contribuindo para posicionar o Brasil como referência global em carbono inclusivo, rastreável e socialmente justo.
Passo a passo da geração dos créditos de carbono social
Entenda como o Projeto Carbono Social conecta cada hectare preservado à geração de créditos de carbono, criando um ciclo de renda e sustentabilidade para comunidades tradicionais:
- As propriedades são mapeadas e analisadas para identificar o que já está preservado.
- Técnicos medem carbono e biomassa, com trabalho de campo e imagens de satélite.
- Os dados passam por validação e rastreabilidade na plataforma digital da ReSeed.
- O carbono registrado é transformado em créditos certificados prontos para mercado.
- A venda dos créditos gera receita que retorna direto aos agricultores e comunidades, incentivando ainda mais a preservação e o manejo sustentável.

O Sebrae na COP30
Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.
De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.

