A diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, defendeu a autonomia das mulheres e o empreendedorismo feminino durante o segundo dia de debates do 5º Encontro Nacional de Procuradoras da Mulher no Legislativo, promovido pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22).
“Que tal criar taxas e prazos menores para as mulheres abrirem seus próprios negócios?”, questionou o público do evento formado majoritariamente por vereadoras e deputadas. Margarete Coelho demonstrou em números que as mulheres ainda sofrem com a desigualdade de gênero. “Pesquisas indicam que 74% das mulheres que procuram os bancos para terem seus negócios financiados têm esse empréstimo negado”, disse. Ainda conforme a diretora do Sebrae, quando as instituições financeiras concedem o primeiro financiamento, o juro é 3,4% mais alto. “O primeiro empréstimo para as mulheres é mais caro e isso explica por que temos dificuldade com as finanças, pois somos vistas com desconfiança”, complementa.
Para transformar esse cenário, o Sebrae criou um programa que incentiva, valoriza e acelera a jornada de mulheres que empreendem ou querem empreender. Segundo a diretora, a gerência nacional de empreendedorismo feminino, que é novidade no Sebrae, está negociando com os bancos mais oportunidade para as mulheres.
“O Sebrae Delas chega a todos os municípios para falar com essas mulheres: levar consultoria, apoio no crédito, uma mão amiga”, Margarete Coelho, diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional.
Margarete reforçou o papel do Sebrae como avalista dos pequenos negócios no Brasil. “Se nós temos esse poder de barganha e temos uma mulher na diretoria do Sebrae Nacional, nós vamos exigir que o banco tenha meta. Para ser conveniado com o Sebrae, o banco precisa ter financiado pelo menos 30% dos negócios para as mulheres. É inverter o jogo”, declarou.
“Enfrentem a pauta econômica e financeira. A gente tem uma tendência de ficar muito na pauta do cuidado, nas questões sociais. Mas enfrente, porque aqui está a chave que gira e que faz o mundo girar”, concluiu.
Violência contra as mulheres
Margarete Coelho relacionou a independência financeira das mulheres com a prevenção à violência de gênero e pediu uma “união institucional em favor das mulheres”, provocando as legisladoras a instituírem projetos de lei que as incentivem. Dentre as sugestões feitas pela diretora do Sebrae, constavam a rapidez na liberação de alvarás, licenças e a porcentagem mínima nas compras governamentais destinada a empreendedoras.
O debate foi mediado pela deputada Greyce Elias que, junto com Margarete Coelho, deputada federal à época, foi autora do projeto de Lei 741/21, que criminaliza violência psicológica contra as mulheres e cria o programa Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica.