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“Portugal é porta de entrada para a Europa”: conheça startups em fase de internacionalização

Quatro empresas brasileiras levadas para o Web Summit Lisboa pelo Sebrae MS estão abrindo novos escritórios e conquistando espaço no mercado europeu
Por Redação
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O Web Summit Lisboa, o maior evento de tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa, terminou no último dia 16 e contou com a presença de 200 startups brasileiras a convite do Sebrae. Dentre as selecionadas para a missão internacional, quatro empresas atendidas pelo Sebrae Mato Grosso do Sul já estão em fase de internacionalização e puderam adquirir conhecimento, desenvolver parcerias estratégicas e expandir seus negócios em solo europeu.

As startups estão se abrindo para uma nova visão e estruturando o negócio para atuação em cenário global. Esse passo significa novos desafios, cenários e mercados. “Todos estão em um estágio de maturidade que permite uma virada de chave. São empresários novos, sérios, dedicados e com carteiras já sólidas no Brasil”, afirma Leandra Costa, gerente de Inovação do Sebrae MS.

A SBR PRIME é uma das startups que já está com o pé em terras portuguesas. A agrotec trabalha com a rastreabilidade para produtos do agronegócio, como soja, milho, algodão, e sementes, a partir da tecnologia blockchain. Assim, é possível rastrear a mercadoria desde o campo até a gôndola do supermercado. A empresa surgiu em 2010, mas ficou cinco anos validando processos até que Eduardo Figueiredo, sócio fundador da SBR, conheceu o Living Lab, em 2016, centro de inovação do Sebrae MS. Através de mentorias e do apoio oferecido pelo laboratório, o modelo de negócio foi consolidado. A SBR já atua em 16 estados do Brasil e quatro países do Mercosul e agora está conquistando seu lugar no mercado europeu.

Nós estudamos e entendemos que a nossa solução atende a requisitos em qualquer lugar do mundo. A gente chegou em um mercado que está buscando novas soluções.

Eduardo Figueiredo, CEO da SBR PRIME.

Eduardo Figueiredo, sócio fundador da SBR (à esq.), Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae Nacional e Tito Estanqueiro, diretor operacional do Sebrae MS (à dir.).

Para Eduardo, Portugal representa um mercado menor, mas que tem nicho e receptividade do ecossistema, e pode ser porta de entrada para chegar nas grandes potências. A empresa já passou pela incubadora da cidade portuguesa de Aveiro, escolhida pelo Sebrae MS, abriu o CNPJ e já tem todos os dados para operar no país e aumentar o portfólio de clientes.

No Web Summit, a startup fechou contratos com empresas brasileiras, como a Fundação Fiocruz. Também foram feitos negócios com Holanda, Croácia, Alemanha, e claro, Portugal. “Fechamos cinco contratos com empresas portuguesas de logística. Vemos um horizonte promissor, de boas notícias e condições para penetração e capitalização do nosso produto no mercado europeu”, completou Figueiredo.

O Living Lab, laboratório de inovação do Sebrae MS, também foi um acelerador importante de outra startup que esteve no Web Summit Lisboa. Mas, desta vez, ele impulsionou o nascimento da Agrointeli. A empresa surgiu em 2017 com uma proposta de criar uma estação meteorológica na fazenda dos produtores rurais. Depois, os três sócios fundadores transformaram o negócio em um software que integra diversas fontes de informação e centraliza todos os dados do produtor rural em uma única plataforma.

“A Agrointeli é atendida pelo Sebrae desde o dia zero, a gente nasceu lá e temos muito orgulho. Se não fosse o aval dos consultores, provavelmente a gente não estaria onde está, com tudo que a gente conquistou. A gente deve muito ao Sebrae”, contou Renato Borges, CEO e fundador da Agrointeli.

Renato Borges, CEO e fundador da Agrointeli.

A startup já expandiu o negócio na América Latina, com clientes no Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile. Agora, o foco da internacionalização está na União Europeia. O objetivo é usar Portugal como porta de entrada e depois expandir para a Alemanha. Até o final do ano, será aberto um CNPJ português.

Renato também participou do Web Summit no ano passado e pôde acompanhar discussões sobre o futuro do trabalho e fazer networking nas duas edições. Neste ano, ele conta que a inteligência artificial foi um assunto em alta.

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Para o agronegócio, vimos propostas de utilizar as ferramentas que já estão prontas na internet, como o chat GPT. Conseguimos integrar a IA com o nosso sistema e gerar recomendações para o produtor rural a partir dela.

Renato Borges, CEO e fundador da Agrointeli.

A Magnet Customer é uma plataforma de CRM, sigla para Gestão de Relacionamento com o Cliente, que unifica as áreas de vendas, atendimento, suporte e marketing de relacionamento em um único sistema, facilitando o trabalho das empresas em ter as informações de maneira centralizada. A plataforma atua de maneira mais forte no mercado financeiro, atendendo os assessores de investimento e empresas do mercado automotivo.

Marcio Pereira, presidente da FUNDECT (à dir.), Tito Estanqueiro, diretor operacional do Sebrae MS e Davi Barboza, CEO e fundador da Magnet Customer.

Desde 2017, a empresa é atendida pelo Sebrae MS e recebeu apoio para impulsionar o crescimento e a maturidade do negócio a partir do desenvolvimento de produtos e estratégias de mercado. A parceria também rendeu a missão para o Web Summit pelo segundo ano consecutivo. “No primeiro ano, viemos para poder conhecer e entender o mercado, e percebemos a oportunidade que existe em atuar no ecossistema europeu. O Sebrae vem mostrando para a gente todo o potencial do mercado europeu e nos propiciou estar aqui nessa edição, participando dessa imersão”, relatou Davi Barboza, CEO e fundador da startup sul-mato-grossense.

A Magnet já iniciou o processo de abertura da empresa em Portugal e pretende engrenar uma sede operacional no país nos próximos 18 meses, o que vai impulsionar a inserção no mercado.

A ENG atua desde 2016 no desenvolvimento de soluções tecnológicas para setores essenciais para a economia, como pecuária, energia, saneamento e telecomunicações. A startup foi uma das primeiras a serem incubadas no Living Lab, laboratório que também marcou o início desse negócio. Foi a partir de recursos do Sebrae que foram criadas as soluções ofertadas atualmente para o ramo do agronegócio.

A missão no Web Summit foi mais uma experiência de incentivo para explorar as terras portuguesas, já que um escritório em Aveiro deve ser montado em breve. Segundo o CEO Lucas Aguirre, o evento proporcionou várias conexões com empreendedores e conversas com startups de outros países como Itália e Noruega. “Foi bem interessante entender que podemos complementar nossas tecnologias com outras startups. Isso vai enriquecer a ENG como empresa e também meus conhecimentos como empreendedor.”

As perspectivas para 2024 são as melhores: estabelecendo o escritório em Portugal, a startup deve começar a estruturar uma equipe e estudar o mercado em conjunto com atores locais. Para Lucas, entender que o mercado português é porta de entrada para a Europa também foi o motivador da internacionalização. “Como somos muito próximos do Sebrae e do ecossistema de inovação de Campo Grande (MS), estávamos buscando conhecimento para expandir”, argumentou. Um dos sócios da ENG já está de mudança e deve ficar pelo menos um ano no país para abrir o CNPJ e estabelecer parcerias.

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