Depois de cinco meses de quedas consecutivas, a confiança dos donos de pequenos negócios voltou a crescer, em fevereiro. De acordo com a Sondagem das Micro e Pequenas Empresas, realizada mensalmente pelo Sebrae e pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança das MPE (IC-MPE) avançou 3,8 pontos, passando de 84,6 pontos, em janeiro, para 88,4 pontos no segundo mês do ano. O Índice é cerca de um ponto superior ao detectado em novembro do ano passado (87,5 pontos), o mais alto desde então.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destaca que o crescimento do índice foi influenciado pelo avanço da confiança nos três setores que compõem a Sondagem (Indústria, Comércio e Serviços). “A confiança dos donos de pequenos negócios do Comércio e Indústria da Transformação foi a que mais puxou o índice para cima, contudo, a recuperação no mês precisa ser analisada com cautela considerando que há ainda um movimento de desaceleração econômica mundial em curso, e no âmbito nacional temos desafios que levam em consideração uma política monetária contracionista, riscos fiscais e inflação elevada”, pontua.
O Índice de Confiança do Comércio cresceu 4,5 pontos; o da Indústria de Transformação, 4,4 pontos; e o do setor de Serviço apresentou alta de 1,2 ponto. “Acreditamos que os próximos meses manterão essa tendência, mas a sustentabilidade de bons resultados ainda dependerá de uma melhora efetiva da demanda e da capacidade das MPE em se manterem competitivas no mercado”, observa Melles.
Para os próximos meses, as expectativas avançam em velocidade menor. O Índice de Expectativas das MPE (IE-MPE) subiu 1,8 ponto, para 84,8 pontos, influenciado por uma perspectiva mais otimista sobre a demanda nos próximos meses. O índice que mede a demanda prevista empresarial cresceu 2,7 pontos, para 83,7 pontos. No entanto, embora as empresas vislumbrem uma reação da demanda nos próximos três meses, no horizonte de seis meses isso ainda não é o esperado. O indicador que mensura a tendência dos negócios empresarial recuou 0,7 ponto, para 82,5 pontos.
Comércio
No setor dos micro e pequenos empresários do Comércio (MPE-Comércio), o Índice de Confiança passou de 81,8 para 86,3 pontos, atingindo o maior nível desde novembro de 2022 (86,7 pontos), o que interrompe a sequência de quatro quedas consecutivas. Todos os segmentos pesquisados no setor de Comércio melhoraram, com destaque para o segmento de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras). Os segmentos de material de construção e de varejo restrito também melhoraram.
Serviços
Depois de cinco quedas consecutivas, a melhora da confiança dos micro e pequenos empresários do setor de Serviços (MPE-Serviços) foi observada no mês de fevereiro com aumento de 1,2 ponto, para 86,0 pontos. Dos cinco segmentos pesquisados, quatro acompanharam a alta do setor, com destaque para serviços de informação e comunicação, prestados à família e serviços profissionais. O único segmento que foi na contramão da tendência de alta foi serviços de transporte, que recuou pela sexta vez seguida, com queda de 7,4 pontos.
Indústria de Transformação
Diferente dos demais setores, esse é o terceiro mês seguido de recuperação da confiança dos micros e pequenos empresários do setor da Indústria de Transformação (MPE-Indústria): o índice subiu 4,4 pontos, para 94,0 pontos. Dos cinco segmentos pesquisados, três apresentaram alta, com destaque para outros, seguido pelos segmentos alimentos e vestuários. Na contramão, os segmentos refino e produtos químicos, e metalurgia e produtos de metal caíram.